segunda-feira, 19 de abril de 2010

Teia de aranha tem habilidade regenerativa


Há milhares de anos, a resistência da seda é estudada para as mais diversas aplicações: da confecção de tecidos de luxo a suturas médicas e para-quedas.

O material é fabricado pelo famoso bicho-da-seda, mas também por outros animais, como insetos e aranhas, e sempre intrigou os pesquisadores por sua resistência (maior que a do ferro).

Agora, cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), descobriram que o segredo está em uma camada de cristais nanoscópicos, que formam o elo que une todo o material da seda – mais especificamente, da seda tecida pelas aranhas para suas teias.

Liderada por Markus Buehler e Harold E. Edgerton, a equipe usou modelos de computador para simular exatamente os componentes dessa cobertura se movendo e interagindo uns com os outros. A grande descoberta foi perceber que o elemento que “colava” e estabilizava tudo era uma ligação de hidrogênio.

Curiosamente, as ligações de hidrogênio estão entre as mais fracas ligações entre elementos químicos. No entanto, elas ganham força quando confinadas em espaços minúsculos e, apertadas, trabalham juntas para se tornarem fortes. Se uma delas se quebra, outras estão lá para garantir a resistência do material, criando uma habilidade de “auto curar” a camada de cristais.

A força da seda e sua capacidade de se curvar, esticar e não quebrar, são resultado desse arranjo peculiar de ligações atômicas. Os resultados mostram que pode ser possível criar novos materiais resistentes a partir de ligações químicas consideradas fracas – tudo somente pelo controle do tamanho do local onde eles atuam.

SÃO PAULO - A pesquisa foi publicada na Nature Materials

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